No Álbum “Dream of the blue turtles” de 1985, Sting tem uma música chamada “Russians”…
A música fala basicamente de uma hipotética guerra nuclear entre os Estados Unidos e a União Soviética…
Acaba de uma forma muito engraçada…”I hope the Russians love their children too”…
O que sigifica…”Eu espero que os Russos também amem os seus filhos”…
Vem isto a propósito da recente eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos da América…
Após uma sensação de incredulidade, instalou-se uma espécie de histeria colectiva sem qualquer fundamento racional…
Donald Trump foi eleito democraticamente, mas os seus opositores vieram para as ruas protestar violentamente contra a sua eleição…
Tentando fazer tábua rasa dos resultados eleitorais…
Chamando aos apoiantes de Trump “White Trash”… Lixo Branco…
Trump teve uma vitória inequívoca…
Venceu Hillary Clinton mas não só…
Venceu o seu próprio partido e o “Politicamente Correcto”…
Quem votou em Trump, votou num homem que se apresentou com um objectivo…
“Make America Great Again”…
Fazer a América Grande Outra Vez…
E isso fez uma diferença enorme a nível de resultados…
Enquanto Clinton procurava apoio junto de Artistas e Intelectuais, Trump encontrou esse apoio junto dos descontentes do sistema…
Esse foi o seu grande trunfo…
Já Putin tinha feito o mesmo na Rússia…
Quando a União Soviética caiu em 1991, o velho hino de Alexandrov foi substituído…
Quando Putin chegou à presidência, a primeira coisa que fez foi restaurar o hino, dando-lhe apenas outra letra…
Porque enquanto elemento de identificação, o hino trazia aos Russos memórias de uma super potência…
Devolveu o orgulho e o nacionalismo a um país profundamente dividido…
Funcionou como um pólo aglutinador de identidade…
A águia bicéfala da casa Romanov, voltava a ser grande e majestosa…
Com Trump aconteceu o mesmo…
Prometeu fazer dos Estados Unidos um país grande outra vez…
Recuperar a indústria…
Aumentar o emprego…
Repatriar quem constituir uma ameaça para o povo Americano…
Restaurar o “Proud to be Yankee”…
Os media que fizeram uma campanha sem precedentes a favor de Hillary Clinton, jogam agora no medo…
De muros com o México… De uma Guerra Nuclear…
De referir que o muro que divide a fronteira entre a cidade Mexicana de Tijuana e a Californiana San Diego, foi delineado em 1994 por…
Adivinhem quem?
Bill Clinton…
Ou seja, o marido de Hillary Clinton, que em campanha acusou Trump de querer construir um muro, e esquecendo-se que o seu marido enquanto Presidente já o tinha feito…
Em relação à Guerra Nuclear, vejamos:
Algum líder seja ele Trump, Putin ou outro qualquer de um país que tenha esse tipo de armamento se disporia a iniciar um conflito à escala global?
Não me parece…
Seria uma guerra onde não existiriam vencedores nem vencidos…
Onde a humanidade e talvez até o planeta desapareceriam…
O alerta populista é anedótico…
Os intelectuais afectos a Hillary, aparecem agora a denegrir os eleitores de Trump…
Como se estes pertencessem a uma casta inferior…
Como se fossem acéfalos…
Como se tivessem que ser formatados à medida do politicamente correcto…
Essa recusa em enfrentar a realidade que lhes entra pelos olhos dentro, fá-los ficar alheados dessa mesma realidade…
E vai permitir que pequenos movimentos nacionalistas surjam cada vez mais fortes…
Na Alemanha… Na Áustria… Na Holanda… Na Polónia… Na Hungria…
Marine le Pen pode ganhar as eleições em Abril na França…
Em percentagem o PNR é o partido que mais cresce em Portugal…
Trump deu voz à “Maioria Silenciosa” de Nixon…
Mas quando as dúvidas e o medo nos assaltarem, teremos sempre a última frase da música do Sting…
“What might save us, me and you is if the Russians love their children too”…
Eu pessoalmente acredito…
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