sociedade portuguesa

Uma questão de fé…

Do Estado Novo aos dias de hoje, a sociedade portuguesa sofreu diversas transformações! Dos valores de Salazar resta um… Fátima!

Durante o Estado Novo, Salazar criou duas “Troikas”…

A primeira que era uma espécie de cartilha social, designava-se por: Deus, Pátria, Família…

Deus enquanto entidade suprema, a Pátria como elemento indiviso e a Família como bastião a defender.

São valores que hoje pouco nos dizem…

A sociedade escolheu o ateísmo como modo de vida…

A Pátria que entretanto, com a perda do império Ultramarino, se resume a um rectângulo no extremo ocidental da Europa.

A Família cuja tradicionalidade se desvaneceu, dando origem a famílias com filhos de diversas relações, abrindo caminho à chamada “ Família Benetton”.

A outra “Troika” designou-se pela sigla dos 3 Efes.

Fado, Futebol e Fátima.

O fado foi durante o estado novo, o principal alicerce cultural de várias gerações.

Surgem por esta altura, nome como Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Hermínia Silva

E toda uma serie de actores como Vasco Santana, Ribeirinho, Milú ou António Silva

Após o 25 de Abril o fado foi algo ostracizado, e apenas no início do século XXI, novos nomes despontaram…

Mariza, Ana Moura, Ricardo Ribeiro ou Carminho, são hoje exemplos de uma nova geração que continua a difundir o fado pelos quatros cantos do mundo.

No futebol a década de 60 trouxe uma enorme hegemonia do Benfica…

Os 2 títulos de campeão europeu, deram à equipa encarnada um lastro e uma implantação que a catapultou para o estatuto de maior potência desportiva nacional…

Jogadores como Eusébio, Coluna ou Torres, ainda hoje são associados ao grande Benfica europeu…

Com o 25 de Abril, e fundamentalmente com a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa ao poder, o Futebol Clube do Porto torna-se no clube mais vitorioso dos últimos 40 anos, alternando de uma forma consistente a conquista de títulos internos com várias conquistas a nível europeu e mundial…

Por isso pode-se dizer com alguma propriedade que as duas “Troikas” do estado novo encerraram o seu ciclo…

Resta Fátima…

Depois das supostas aparições de 1917, Fátima tornou-se um fenómeno de difícil descrição…

Atravessou vários regimes, com várias correntes sociais, e no fundo resistiu a toda a polémica que se gerou à volta do comércio que se instalou nas redondezas…

Fátima é hoje um lugar de peregrinação universal…

Mas é ao mesmo tempo um motor de economia nacional…

Tentar separar o “Sagrado” do “Comercial” começa a ser muito difícil….

O Santuário apresenta-se actualmente com uma pujança nunca vista, e na visita do Papa em 2017, são esperadas mais de 750.000 pessoas…

Quase 10 por cento da população Portuguesa…

Das normas Salazaristas, resta Fátima…

Mas o povo que hoje frequenta o Santuário, não é mais aquele povo inculto da década de 60…

É um povo novo… instruído…

Que busca em Fátima respostas para muitas dúvidas…

Que busca no Santuário, alento para a alma…

Ir hoje a Fátima é um exercício de fé…

De crença…

De busca de respostas…

Fátima tornou-se por direito próprio no “Altar do Mundo”…

E com isso soube trazer Portugal, para um patamar ligeiramente superior…

Dos valores de Salazar resta um…

Porventura o mais pujante…

De certeza absoluta o mais sustentável…

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António Franco
António Franco

Nasci em 1966 na aldeia da Paúla, em Alenquer, e vivo dos meus prazeres...
Gosto de política, de ler, não dispenso uma ida ao Gerês e à Nazaré...
Conversar com os meus filhos enche-me a alma...
O cheiro da terra molhada, assim como o nascer do sol e as noites estreladas de verão, alimentam-me o espírito...
Depois de tudo isto contemplo a paisagem com um passeio junto aos moinhos...
Este sou eu!

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