tradições de Natal - Presépio Alenquer

Natal é sempre, mas não como era…

As tradições de Natal sofreram alterações. Como vivemos o Natal, como o sentimos, algo mudou. o cheiro desta época, há vinte anos atrás?

Todos os anos chega o frenesim do Natal!

Crentes ou não, creio que o Natal pelo menos é vivido por todas as pessoas com um pormenor sempre em comum.

Deixamo-nos fascinar pelas luzes, neve, lareira…

De resto tudo sofreu alterações, como vivemos o Natal, como o sentimos, algo mudou…

As tradições de Natal estão a mudar…

Pensemos quando chegava o cheiro desta época pelo menos há vinte anos atrás, era bem mais tarde, hoje começamos a viver o Natal em Outubro…

A árvore era trazida do campo (ou comprada nos bombeiros).

Natural e difícil de domar muitas vezes com as suas ramagens de esguelha armadas em teimosas.

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Colocava-se num vaso preenchido com pedras para não arredar pé dali…

E os adornos?

Cada um maior que o outro, aqui um sino, ali uma bola, as fitas felpudas de todas as cores…

As notas que nos ofereciam eram colocadas na árvore e os chocolates…

Relíquia aquela onde enfiávamos uma agulha com linha para depois os pendurar na árvore também….

Quando éramos crianças víamos as prendas acumular debaixo da árvore, imaginávamos o formato dos presentes para tentar adivinhar o seu conteúdo…

Mexíamos para mais uma vez ter a certeza e o que vinha era sempre uma alegria receber.

Já lá vai o tempo em que em criança se recebiam meias ou os típicos panos de cozinha ou peças para enxoval…

Hoje já sabem o que vão receber.

As listas cedidas aos pais são intermináveis, depressa o formato faz adivinhar que é o portátil que pediram ou o tal telemóvel há muito desejado…

Hoje as árvores são quase como a Moda Lisboa, em cada ano há uma novidade, de todas as cores, ramos diversos…

A decoração quanto mais igual melhor e se não levar fitas mais fashion fica.

Se antes as mirávamos como se não houvesse amanhã com vontade se trincar aquela cabeça daquele pai natal de chocolate…

Hoje por mais que procuremos não está lá nenhum, e as notas?

É a crise….

Campanhas de Norte a Sul do país para angariar alimentos e dinheiro para os mais necessitados e durante o ano?

Não comem?

Porque se ignoram essas pessoas durante o ano quando nem uma moeda se lhes dá?

Mantêm-se os grandes lumes nas aldeias que duram até ao Ano Novo, toda a população ali marca o seu ponto de encontro!

Há quem certamente ainda incentive o seu filho a colocar o sapatinho na chaminé, mas muitos já sabem que o Pai Natal é pura invenção e preferem receber os presentes dos seus pais.

Mantém-se a família unida mas algo se mantém também, é a memória curta…

Não deveria ser todos os dias que o bem se pratica e que a família deveria ser mais unida?

Esquece-se um ano inteiro em prol de uma noite de pura abundância e excesso!

É o Natal de hoje com alguma saudade daqueles muitos outros que já passaram…

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Patrícia Porto
Patrícia Porto
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