Assassinato de John F Kennedy…
Escrevo esta crónica a 22 de Novembro…
Na mesma data em que alguns “activistas” apelam à morte do Presidente eleito dos Estados Unidos, há 53 anos em Dallas, no estado do Texas o presidente John Fitzgerald Kennedy era assassinado…
Aquilo que parecia impossível aconteceu…
Um Presidente da nação mais poderosa do mundo, era assassinado num cortejo ao ar livre…
Naquele dia 22 de Novembro, a chuva da manhã tinha dado lugar a um sol de inverno…
Dallas engalanara-se para ver o Presidente…
Milhares de pessoas tinham-se juntado ao longo do percurso, após este entrar na baixa da cidade…
Na limousine presidencial baptizada de SS-100-X pelo serviço secreto, Jacqueline Kennedy resplandecia com um fato Chanel cor de rosa, encimado por um chapéu da mesma cor debruado a azul escuro…
A limousine era composta por 3 filas de bancos…
Na primeira, ao lado do motorista “Bill” Greer, seguia um agente do serviço secreto chamado Roy Kellerman, o qual ia informando via rádio o desenrolar do evento…
Na fila intermédia o Governador do Texas, John Connally e a mulher Nellie…
Na última fila o Presidente e a Primeira Dama…
Atrás e num Cadillac descapotável, os agentes do serviço secreto e os dois assistentes pessoais de Kennedy…
Dave Powers e Kenneth O´Donnell…
O trajecto contemplava uma visita à baixa da cidade, o que inquietava Kellerman…
A Main street tinha imensos prédios altos, fazendo lembrar um Canyon…
Ainda por cima o Presidente não queria que os seguranças fossem pendurados na Limousine…
Queria ver as pessoas…
Sentir a multidão…
O Texas seria decisivo nas eleições de 64…
A seguir à Main Street, o cortejo seguia agora para norte através da Houston…
Percorridos cerca de trezentos metros, havia de virar à esquerda numa curva apertada, contornar a Dealey Plaza e descer pela Elm street…
Passaria depois por debaixo de um viaduto, e viraria de novo à direita apanhando a Stemmons Freeway até a um centro de congressos, onde pelas treze horas o Presidente faria um discurso…
Que nunca foi dito…
Na Houston street, Kellerman repara num edifício de tijolo vermelho…
O “Texas School Book Depository”…
Não liga…O seu pensamento já está no acesso à auto estrada…
Que o há-de tranquilizar em definitivo…
Fala com o centro de congressos…
“Em cinco minutos estamos aí”…
A limousine presidencial desce agora lentamente a Elm street em direcção ao viaduto…
Numa colina relvada um alfaiate de nome Zapruder filma o cortejo…
Não imagina que vai ser testemunha “in loco” de um assassinato…
A meio da descida, soa um estampido…
No Cadillac do serviço secreto, o agente Clint Hill pensa…
“Quem é que estará a deitar foguetes”?
O primeiro tiro falha o alvo…
Três segundos depois, o segundo tiro atravessa as costas do Presidente saindo-lhe pela garganta e acabando por atingir o governador…
Jaqueline Kennedy estranha o facto de Kennedy levar as mãos ao pescoço…
Vai perguntar-lhe o que se passa, quando um cenário de horror se abre perante os seus olhos…
O último tiro desfaz a cabeça do marido…
A principio apenas uma massa branca…
Segundos depois o sangue inunda o regaço da primeira dama…
Numa atitude de protecção, salta para a mala do Lincoln Continental azul celeste e tenta apanhar os pedaços de crânio que saltaram da cabeça do marido…
Clint Hill evita que caia e cobre-a com o seu corpo…
Kellerman avisa o hospital via rádio, mas ninguém se entende…
Ainda ninguém teve consciência do que se passou…
No centro de congressos, as pessoas são avisadas de que o almoço sofreu um atraso…
Em Parkland Hospital é o caos…
As macas são postas em frente à limousine presidencial, mas jackie não larga o marido…
Não quer que as pessoas vejam a ferida na cabeça…
Uma “pietá” dos anos 60…
É Clint Hill que cobre com o seu casaco, a cabeça do presidente e o leva para dentro…
Na “Trauma Room 1”, James Carrico um médico estagiário vê pela primeira vez o Presidente dos Estados Unidos…
Identifica duas feridas…
Uma à altura do nó da gravata…
A outra enorme, desde a nuca até à parte frontal do lado direito da cabeça…
Ainda existe pulsação…
Mas Carrico apercebe-se que o presidente não sobreviverá…
O professor Malcolm Perry confirma a morte…
O assistente Malcolm Kilduff dá a noticia aos jornalistas…
O Presidente Kennedy morreu…
Em Dallas a vida não pára…
Existe agora um frenesim de caça ao homem…
O Capitão Fritz da brigada de homicídios, descobre no sexto andar do edifício de tijolo, uma espingarda…
Uma carabina de fabrico italiano…
Ao mesmo tempo num teatro de subúrbio, um jovem de 24 anos é preso pelo assassinato de um polícia…
Chama-se Lee Harvey Oswald…
Trabalha no edifício dos livros escolares, de onde foram disparados os tiros que mataram Kennedy…
Nega qualquer tipo de envolvimento…
Mas a carabina incrimina-o…
Pertence-lhe…
Há-de também ele morrer horas depois, vitima do dono de um Bordel…
No dia 22 de Novembro de 1963, a América perdeu a inocência…
Vamos todos acreditar que não a vai perder outra vez…
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