O número de viagens internacionais, tem aumentado exponencialmente.
Os países menos desenvolvidos tornaram-se aprazíveis destinos turísticos e as deslocações por motivos profissionais ou humanitários expuseram os viajantes a novos fatores de risco.
Mudanças de ambiente, altitude, humidade, temperatura e a exposição a agentes infecciosos diferentes do local de origem.
Aliadas ao stress da viagem, cansaço, estado de saúde prévio do viajante e idade são fatores que em muito contribuem para o risco de se adoecer durante ou após a viagem.
Planear atempadamente a sua viagem, minimiza os riscos de adoecer.
Os riscos associados às viagens são determinados, em grande parte, pelo comportamento do viajante…
No entanto, o destino, a duração da estadia e os padrões de alojamento e higiene alimentar são fatores cruciais na determinação do bem-estar do indivíduo.
Risco de adoecer, menor, nos países desenvolvidos e com boas condições de higiene e segurança, não pode ser menosprezado.
No entanto, este aumenta com viagens para países menos desenvolvidos.
Aconselha-se a todos os viajantes que pretendam transpor a Europa a realização de uma consulta médica de Medicina do Viajante.
Esta deverá ser realizada 4 a 6 semanas antes da viagem, principalmente, se houver necessidade de vacinação.
No entanto, viajantes de última hora beneficiarão de uma consulta ainda que na véspera da partida.
Esta consulta está disponível em diversos pontos de norte a sul de Portugal.
É realizada por médicos especialistas de Saúde Pública, Doenças Infecciosas e Medicina Tropical.
Nesta consulta, será aconselhado sobre vacinação (cólera, difteria, hepatite A e B, febre tifoide), medicação preventiva (para malária) e informação sobre cuidados a ter na higiene pessoal, água e alimentos ingeridos.
Ser-lhe-á administrada a vacina da febre amarela e atestado o certificado de vacinação internacional.
Leve consigo o seu boletim de vacinas e toda a informação médica relevante.
Transporte sempre consigo, na bagagem de mão as suas receitas médicas e os medicamentos prescritos pelo seu médico.
Há substâncias que sendo legais em Portugal, não o são noutros países e poderá necessitar de se explicar às autoridades alfandegárias.
Para viagens na União Europeia, tenha sempre consigo o seu Cartão Europeu Seguro de Doença.
Mantenha ativo um seguro de saúde que lhe permita o acesso a assistência médica e a repatriação em caso de urgência.
Informe-se previamente dos locais de assistência médica no destino a visitar.
Todos os viajantes deverão sempre fazer-se acompanhar de um pequeno estojo básico com produtos de primeiros socorros e alguns medicamentos que possam ser úteis na viagem.
Pensos rápidos, desinfetante de feridas, repelente de insetos, analgésicos, antipiréticos, sais de re-hidratação, antidiarreicos, antimaláricos…
E a medicação habitual do viajante não deverão faltar.
Os riscos em viagem são maiores para determinados grupos susceptíveis: recém-nascidos e crianças pequenas, grávidas, idosos, pessoas com deficiência física ou mental ou patologia crónica anterior.
Pais com crianças pequenas devem ponderar o risco da deslocação.
Doentes crónicos (Hepatite, Insuficiêcia Renal, Doenças Respiratórias, Diabéticos, Epilepsia, Doentes Psiquiátricos, Imunodeprimidos).
Devem procurar o seu médico antes de viajar e transportar consigo toda a informação relativa à doença e tratamento, bem como a medicação, receituário e posologia.
A falta de higiene da água e dos alimentos é uma das principais causas de doença entre os viajantes.
A diarreia do viajante atinge cerca de 20 a 50% dos indivíduos, sendo auto-limitada, não deverá durar mais que 3 dias.
Para minimizar o risco, os viajantes…
Devem assegurar-se que bebem apenas água engarrafada e descapsulada na sua presença ou então filtrada, desinfetada ou fervida.
Evitar cubos de gelo e lavar os dentes com água não segura.
As bebidas empacotadas, engarrafadas ou enlatadas são seguras.
Quanto ao leite, deverá preferir o pasteurizado ou fervido.
Dos alimentos, ingerir apenas os bem cozinhados e quentes, não são seguros alimentos pré-cozinhados que sejam depois re-aquecidos.
Evitar alimentos crus, como marisco e saladas, ou mal cozinhados (ovo) e comer apenas fruta descascada pelo próprio com exterior intacto.
Em muitos países tropicais e subtropicais, a Malária (ou Paludismo) é uma frequente doença infecciosa.
Causada pelo protozoário do género Plasmodium, é transmitida ao homem pela picada do mosquito Anopheles infetado, que pica preferencialmente entre o entardecer e o amanhecer.
Desde o momento da picada até ao aparecimento dos primeiros sintomas pode decorrer um período entre 7 dias a 4 semanas.
Os principais sintomas podem assemelhar-se a uma gripe, com febre, arrepios, suores, dores musculares, dores de cabeça, falta de apetite e perda de força.
Deverá suspeitar se tiver estes sintomas e tiver viajado para uma zona endémica ou regressado há cerca de 1 mês, recorrendo a um hospital e informando o médico do local de onde viajou.
Na consulta de Medicina do Viajante, ser-lhe-á fornecida, se necessário, uma prescrição com medicação profilática antimalárica e o esquema posológico que deverá cumprir.
Há sempre o risco de contrair a doença e o viajante deverá usar medidas de proteção individual: colocação de repelente nas partes expostas do corpo, evitar o período ativo do mosquito, cobrir a maior superfície corporal possível com roupa, de preferência clara.
Deverão ser usadas redes mosquiteiras nas habitações, inseticidas ou difusores elétricos.
O Dengue, é transmitido pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti.
O seu período de incubação é de cerca de 3 a 15 dias e a sintomatologia pode ser grave com febre alta, dores musculares e de cabeça, náuseas e vómitos, sangramento pela boca, nariz e/ou gengivas.
Não há nenhum tratamento específico para a doença nem profilaxia adequada.
O viajante deverá ter os mesmos cuidados pessoais: uso de repelente, redes mosquiteiras e inseticidas impedindo a picada do mosquito.
Também as doenças sexualmente transmissíveis são um problema de saúde pública em países pouco desenvolvidos.
O risco de contrair uma doença depende unicamente do comportamento do viajante e não do local para onde viaja.
HIV-SIDA, Hepatite B, Sífilis e outras infeções de transmissão sexual são graves e potencialmente letais.
Aconselha-se a todos os viajantes o uso de preservativo…
A não partilha de agulhas ou seringas, lâminas de barbear ou outros objetos cortantes de higiene pessoal.
Instrumentos de tatuagem, piercing e acupuntura se não estéreis podem também ser veículos transmissores.
Apenas cerca de 8% dos viajantes apresentam alterações do estado de saúde durante ou no regresso da viagem.
Aconselha-se todos os viajantes que sofram de doença crónica.
Tenham manifestações sintomáticas nas semanas seguintes à viagem…
Expostos a doenças infecciosas durante a estadia ou permaneçam no país de destino mais de 3 meses que recorram ao seu médico ou um serviço de saúde especializado.
A Saúde é o nosso bem mais precioso.
A prevenção da doença a nossa mais poderosa arma.
Não percam a próxima rubrica Saúde, disse ela…
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