Após a visita à capela dos ossos, tivemos a oportunidade de visitar a igreja de São Francisco em Évora.
É uma igreja de arquitetura gótico-manuelina.
Construída entre 1480 e 1510, intimamente ligada a acontecimentos históricos que marcaram o período de expansão marítima de Portugal.
Bem patente nos símbolos da monumental nave de Abóbada ogival: a cruz da Ordem de Cristo e os emblemas dos reis fundadores, D. João II e D. Manuel I.
Segundo a tradição, o Convento de São Francisco de Évora terá sido a primeira casa da Ordem Franciscana em Portugal, tendo sido fundada no século XIII.
A primitiva igreja monástica tinha três naves, com capelas comunicantes entre si.
Neste primitivo edifício se realizaram várias cerimónias importantes, tais como o casamento de D. Pedro I com D. Constança Manuel.
Desse período restam alguns vestígios, como as frestas trilhadas que ladeiam o pórtico principal.
A igreja de São Francisco em Évora foi remodelada no final do século XV.
Tendo-se construído o magnífico templo que hoje subsiste.
É uma das mais impressionantes igrejas Portuguesas.
O Convento de São Francisco viveu os seus momentos dourados, quando a corte do Rei D. Afonso V se começou a instalar no espaço conventual durante as suas estadias em Évora.
Desta forma, a igreja de São Francisco foi elevada à categoria de Capela Real, daí os múltiplos emblemas régios de D.João II e D. Manuel I.
A estes anos de esplendor, seguiu-se um período menos ilustre, acentuado pela perda da independência (em 1580).
Neste período se construiu a curiosa Capela dos Ossos, para que a comunidade refletisse a propósito da efemeridade da vida humana.
No século XVIII construíram-se vários retábulos de talha dourada e de mármore.
No século XIX a extinção das ordens religiosas, em 1834.
Toda a parte monástica foi nacionalizada, tendo-se instalado o Tribunal da cidade, até cerca de 1895, data em que, sob grave ruína, se demoliu praticamente toda a parte conventual.
Na extensa nave do templo, composta por dez capelas laterais, compostas por retábulos de talha dourada e policromada (século XVIII) e de estuques (século XIX).
Alguns são provenientes da igreja do Convento da Graça, de onde foram salvos da ruína.
O retábulo da capela-mor substituiu o Políptico do Convento de São Francisco de Évora, um conjunto de pintura renascentista.
Atualmente, o retábulo é da segunda metade do século XVIII, em mármore, uma obra que contrasta com o ambiente manuelino do espaço.
Estão expostas as grandes imagens de São Francisco e São Domingos, como era hábito nas igrejas franciscanas.
Nos alçados da capela estão duas belíssimas janelas marmóreas renascentistas, de onde a Família Real assistia aos ofícios religiosos (no século XVI)
Também com grande importância um grande órgão de tubos setecentista (de Pascoal Caetano Oldovini).
O cadeiral dos monges está decorado com representações de vários santos franciscanos.
Os altares colaterais têm ainda várias pinturas do período renascentista.
Também presentes na igreja de São Francisco em Évora podemos apreciar o núcleo museológico e a coleção de presépios Canha da Silva.
O núcleo museológico renasceu de um antigo dormitório dos frades, situado sobre a capela dos ossos e a sala do capítulo.
Dele fazem parte obras de pintores como Francisco João de Oliveira Bernardes, esculturas dos séculos XVI a XVIII.
Uma coleção de ourivesaria sacra da mesma época, com grande incidência nos ourives locais, paramentaria e objetos devocionais, num circuito cronológico e interpretativo da vida religiosa e social eborense.
Uma igreja onde a história contempla as vivências de toda aquela cidade…
As memórias perduram em cada detalhe nela gravada.
Siga o álbum de fotografias que preparamos desta viagem riquíssima de conhecimento:
Já conhece a igreja de São Francisco?
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