Por entre os contrafortes das Serras da Lousã e Penela, descobri a Quinta de Foz de Arouce.
Banhada pelos rios Arouce e Ceira.
A fachada relembra-nos de imediato um edifício típico da nobreza portuguesa…
A decoração interior não foge a este conceito, sendo de uma beleza magnífica.
Quinta de Foz de Arouce, do branco ao tinto, um vinho que desperta emoções

Não foi por acaso que descobrimos esta quinta, de características únicas na região.
Já tínhamos provado o vinho desta casa, no restaurante “A Viscondessa”.
Ao que nos despertou a curiosidade, não só pela sua enorme qualidade, mas a pergunta que logo se apoderou de nós:
O que realmente esta quinta possui de diferente, numa região que não tem raízes vinícolas?
Alguns documentos antigos atentam que a casa é propriedade da família desde o séc. XVIII.
Apesar de algumas dependências serem anteriores a esta época.
Para além das remodelações ao longo dos séculos, sabe-se que a casa original foi consumida por incêndios em duas ocasiões distintas…
E a capela contígua à casa foi fundada por breve Pontifício do Papa Benedito XIII, a 24 de Agosto de 1724.
A proximidade da quinta aos rios Arouce e Ceira, muito contribui para a fertilidade dos solos.

Estima-se que a cultura de vinha neste local remonte para a época da ocupação dos Visigodas na Península.
Sobre este facto contam-se algumas lendas sobre o Rei Arouce…
Que terá guardado vinho, entre outros bens preciosos, no seu castelo da Lousã.
Assim, a produção vitivinícola na quinta mistura-se com a sua própria história.
Tal como acontecia com a produção frutícola e animal, a produção de vinho era inicialmente apenas para consumo na casa.

No entanto, nos anos 70, João Filipe Osório de Meneses Pitta, herdou a propriedade…
Por mais de 40 anos apostou na produção de vinhos de elevada qualidade.
Na década de 80, João Portugal Ramos casa-se com a filha de João Pitta, Teresa, e assim assume o cargo de consultor e enólogo da casa.
Aperfeiçoando o método de fermentação e controlo da vinificação.
O grupo João Portugal Ramos destaca-se nos dias de hoje entre os demais produtores nacionais pela grande preocupação com a sustentabilidade…

Que assenta numa boa rentabilidade económica e na redução significativa dos impactos ambientais.
O solo da vinha é essencialmente xistoso com características aluvionais…
Que uma vez mais, denunciam a sua privilegiada proximidade aos rios Arouce e Ceira.
O clima temperado mediterrânico, tão característico do nosso país, proporciona manhãs de intenso nevoeiro que muito contribui para a qualidade da uva…
E proporciona uma maturação mais lenta e uma menor oxidação dos ácidos e aromas.

Diferentes vinhas produzem diferentes vinhos, sendo que o “Quinta Foz do Arouce – Vinhas Velhas de Santa Maria” representa a produção das vinhas mais antigas…
O “Quinta Foz de Arouce” as vinhas mais recentes.
O “Vinhas Velhas de Santa Maria” que provém de uma vinha muito envelhecida e praticamente improdutiva, representa o patamar de excelência e do que melhor se faz em Portugal.
Não é ao acaso que este vinho se encontra em restaurantes premiados.
Conheça a Quinta de Foz de Arouce, através deste álbum de fotografias:
Já alguma vez provou os vinhos desta casa?
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