Desmaia a luz do dia, e a noite vai surgindo
Nas breves pinceladas pela abóbada celeste
E a brisa vai rodando, chegando de sueste
E o sol, no ocidente, dá-me o horizonte lindo.
E o escuro é como um véu, irmão de outra cegueira
Que levanta a muralha perante o mundo em frente…
E enfrento o latejar do tempo, de repente,
E de repente sou a noite à minha beira.
E a lua, quase plena, derrama, pelo jardim,
Uma veste de prata, amiga dos meus olhos,
Na sua suavidade diferente dos escolhos
Do sol feroz da tarde, ardendo sobre mim.

Desmaia a luz do dia; agora a viuvez
Do céu é como eu sou nos dias que não escrevo.
Nos dias em que a noite toma o lugar do enlevo
E o enlevo é triste e escuro, negrido como pez.
A cortina de luto, estendida, no seu todo
Que um cárcere de breu desenha à minha volta…
E o silêncio apregoa, como se fosse escolta
À minha solidão, de um pego, o espesso lodo.
Casa 17 Junho 16, 23,50h
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