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Manuel Neto dos Santos – 8ª Publicação

CADERNO DE MONTE BOI E OUTROS VERSOS QUE ME CHAMAM COMO VOZES

Desdobro estes meus dias, tal como se desdobra

A folha nasciturna da frágil bananeira;

Quase um papel de seda, lembrando uma bandeira

Feita de clorofila, irmã da minha obra.

Rasgos de extensos cortes, metáforas de plumas,

Das penas com que vivo, e plano sobre a terra

São asas as bandeiras onde, o meu sonho, encerra

A viagem sem rumo mas de ilusões algumas.

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1 junho 16

10 h

Diamante polido, o sol que refulgindo

Devolve a sua luz sobre casas da encosta

Além pela Zimbreira… De um dia ainda dormindo;

A tela surreal de que a minha alma gosta.

Diamante polido, a luz meridional;

Um grito, um calafrio, que me atravessa a ânsia

A cal a frio, de mim, por dentro da distância;

Zimbreira, eis o oásis no monte…mas de cal.

Passo ausências de mim, às vezes, se procuro

Olhando para trás o marasmo da vida…

E pasmo por não ver, ao longe, meu futuro;

Um largo solitário com uma árvore a sós, perdida.

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1 Junho 16

16,10h

O orgulho? É certeza da grandeza que julgo

Ser minha, não vaidade essas de outros pertença;

O orgulho? A consciência, sou diferente do vulgo.

O orgulho? É timidez de insegurança; imensa.

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1 junho 16

17 h

Marvão ao entardecer
Fotografia ilustrativa – Igreja de Santa Maria ao entardecer, Marvão – Foto: Sérgio Santos
Manuel Neto dos Santos
Manuel Neto dos Santos

Autor de importante e multifacetada obra poética, grande parte dela ainda inédita.

Manuel Neto dos Santos
Manuel Neto dos Santos

Poeta, actor, declamador, tradutor, poliglota. Nasceu em Alcantarilha- (Silves-Algarve) - a 21 de Janeiro de 1959. Activista cultural desde a adolescência. Figura incontornável na moderna poesia portuguesa.

Artigos: 15

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