Situada no distrito de Viana do Castelo, Arcos de Valdevez é uma vila tremendamente encantadora e recheada de vida.
As tradições são levadas a sério nesta terra de paisagens verdejantes…
Que se insere no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
O seu nome advém do rio que banha as suas formosas margens: o inconfundível rio Vez.
Reza a lenda que as suas águas transportaram o sangue das tropas de Afonso VII de Castela e Leão…
Na longa e histórica batalha que antecedeu a coroação de D. Afonso Henriques como primeiro rei de Portugal!
Aliás…
A história de Arcos de Valdevez é tão antiga que se acredita estar ocupada desde os tempos pré-históricos.
Não será difícil imaginar porquê: as suas belíssimas paisagens naturais deixam qualquer pessoa de boca aberta!
E a tranquilidade que paira no ar é tão compenetrante que se torna difícil não se deixar contagiar.
Foi por estes fantásticos atributos que decidi meter pés ao caminho e lançar-me na descoberta desta terra de tradição, história, gastronomia e, sobretudo, bom viver!
O meu roteiro começou pelo Paço de Giela, situado na margem esquerda do rio Vez.

Este importantíssimo e histórico monumento oferece uma vista fantástica sobre o vale e as terras do Vez.
Apesar do abandono a que foi sujeito durante longos anos, hoje em dia é uma das atrações turísticas mais visitadas da região.
Aqui é possível conhecer um pouco da história de Arcos de Valdevez e até do nosso país.
Por isso, é um bom sítio para começar a sua visita, aprendendo um pouco sobre esta fantástica terra.
Para entrar em Arcos de Valdevez, nada melhor que atravessar a Ponte dos Arcos.
Esta ponte de origem românica foi reconstruída em 1876.
Hoje em dia é um dos mais bonitos postais da vila com os seus quatro arcos construídos em granito.
São eles que dão as boas vindas aos visitantes de Arcos de Valdevez…
Quando a atravessamos, vendo atrás de nós a casa da ponte e a torre da igreja de São Paio, somos assolados de uma forma indiscritível pelo peso da história e por uma beleza inigualável!
É fácil de perceber, nesse momento, que Arcos de Valdevez é uma terra especial.
A Igreja de São Paio é, em si, um ponto de paragem obrigatório…
A sua fachada revestida de azulejos vibrantes, de tons azulados, é tremendamente bela.
Nota-se a clara influência da arquitetura portuense…
Mas nem isso lhe retira um pingo de encanto.

Para os mais devotos, valerá a pena subir a sua escadaria e atravessar a sua porta principal…
Para orar ao santo mártir de Córdova ou para meditar e descansar um pouco.
Entrando na margem direita do rio Vez, valerá a pena dar um salto ao centro histórico da vila.
Antes de prosseguir, poderá ser útil passar no Posto de Turismo de Arcos de Valdevez, com a sua fachada adornada com varandins.
É que, apesar de a vila não ser muito grande, há imensas coisas para ver…
Por isso, ter um mapa à mão será a melhor forma de não deixar escapar nada.
Tendo tudo o que precisamos para uma visita tranquila, é hora de por os pés ao caminho.
Subindo a rua 25 de Abril e depois a rua do General Norton de Matos, em direção à igreja da Lapa, passamos por um dos pontos incontornáveis de Arcos de Valdevez: a Doçaria Central.
É aqui, na porta 47, que se produzem os Rebuçados dos Arcos!

Para quem não conhece, valerá a pena parar para admirar os papelinhos de cores garridas que embrulham os rebuçados de açúcar caramelizado
E, naturalmente, comprar uma meia dúzia deles para alegrar a alma e adoçar o resto do caminho.
Para quem já conhece, não é necessário dizer nada…
Tenho a certeza que não passarão pela Doçaria sem fazer uma paragem.
Seguindo caminho com o estado de espírito renovado e o sabor da tradição nos lábios…
Em poucos passos é-nos oferecida a oportunidade de contemplar o Largo da Lapa…
É aqui que se localiza a Igreja da Lapa.
Ladeada por vários edifícios antigos e igualmente belos.
Esta igreja do século XVIII é um dos monumentos arcuenses mais emblemáticos.
Por isso, sendo católico ou não, valerá a pena entrar para admirar a sua decoração em talha dourada…
Toda a sua arquitetura e decoração são de deixar o queixo caído!

Ao sair da Igreja da Lapa fixamos o olhar no Relógio de Água.
Talvez por ser distraída só reparei nele depois de sair, mas a sua presença é difícil de ignorar.
Com os seus jatos de água e o seu formato peculiar, quase que hipnotiza quem faz uma pausa para admirá-lo.
Ali ao pé, mesmo na traseira da Igreja da Lapa, há uma capelinha que também merece uma visita…
Capela de Nossa Senhora da Conceição.
É na verdade o monumento mais antigo de Arcos de Valdevez!
Esteve abandonada por uns tempos, mas foi reabilitada em 1961.
Pelo seu peso histórico, valerá a pena fazer uma pausa.
A mesma coisa se poderá dizer do Pelourinho de Arcos de Valdevez…
Situado no centro da Praça Municipal, este monumento do século XVI foi construído para celebrar a atribuição do foral à vila, pelo rei D. Manuel I, em 1515!
A sua história é tão peculiar como o seu formato…

Não é que ele já esteve situado em 3 sítios diferentes… é verdade!
Só em 1998 é que o voltaram a colocá-lo no lugar original.
Antes disso, já tinha estado à beira rio e no largo junto à fachada sul da Igreja Matriz!
Por falar nela, é para lá que nos dirigimos de seguida, passando pela Praça Municipal.
A Igreja Matriz de Arcos de Valdevez é um dos edifícios mais ricos do concelho!
A sua história que ascende ao século XVII, durante o reinado de D. Pedro II, passou por várias transformações que lhe conferiram o seu estilo inequivocamente rococó.
O seu interior adornado com vários altares em talha dourada e várias pinturas é de um espanto singular!
Se for necessário, poderá recuperar o fôlego no tranquilo Jardim dos Centenários.
Aproveite para descansar, enquanto se deixa invadir pelo imenso ar puro que banha a vila arcuense.
Assim que recuperar, é só dar mais uns passos até à Igreja do Espírito Santo.
Um templo mandado edificar pela Confraria do Espírito Santo…
Não fica atrás da Igreja Matriz.
Aqui, poderá admirar os púlpitos esculpidos que notabilizam a sua enorme beleza.
Acelerando o passo porque o nosso dia já vai longo…
É inevitável passar pelo Monumento ao Recontro do Vez.
Este pitoresco monumento, representado por cavalos sem pernas, celebra um dos momentos mais marcantes da História de Portugal: o encontro entre os exércitos de D. Afonso Henriques e de Afonso VII de Castela e Leão.
Muitas lendas se geraram em torno deste encontro.
Algumas apontam uma sangrenta batalha, mas a história conta que o momento se reduziu a um bafordo.
O certo é que foi aqui que se deu um importante passo para D. Afonso Henriques se tornar o primeiro rei de Portugal.
Para terminar um dia de emoções fortes, não resisti ao chamamento da gastronomia da região.

O jantar que me serviram no restaurante Foral de Valdevez foi dos mais divinais que já tive oportunidade de saborear!
Recomendo inteiramente…
Mas a gastronomia de Arcos de Valdevez não se esgota por aqui.
Em qualquer restaurante típico poderá encontrar pratos verdadeiramente deliciosos!
Experimente o cozido à minhota, as papas de sarrabulho, a lampreia, os rojões ou o cabrito.
Tenho a certeza que um dia voltará para provar outra vez!
Siga o álbum de fotografias que preparamos desta viagem riquíssima de conhecimento…
Já conhece Arcos de Valdevez?
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